segunda-feira, 10 de março de 2014

A DOR DAS DESPEDIDAS

 Por: Pericles Gomes

Ainda não me acostumei com despedidas. São sempre doídas. Finjo que entendo os motivos que levam alguns amigos a partirem. Mas meu coração afetuoso, não compreendi de jeito nenhum. Vivo sempre tensionado entre a razão e a coração. E confesso para vocês que em mim tudo é coração e nada razão.

Perdi as contas de quantos vezes precisei chorar pela partida de tantos amigos/irmãos. As consternações são diluídas, quando aparecem os motivos, as explicações. (Mas mesmo assim a dor continua lancinante). Normalmente eles (os motivos) são parecidíssimos, para não dizer iguais.

É a falta de emprego, a falta de acesso a Educação (faço questão de de colocar educação com E, maiúsculo), as oportunidades que não surgem, uns poucos usurpando nossa Ibitupã sem que nada possamos fazer... E por ai vai.

Somente este ano é incontável o número dos que se foram. E ainda outros tantos já estão com as malas arrumadas, e muito em breve partem. Partem levando consigo a dor. Todos os que se foram e todos que ainda irão, são unânimes em dizer que foram ou vão, mas se pudessem ficariam.

Só na semana passada dois se foram, Arthur e Ian. O abatimento estava estampando no rosto dos meninos. Deles e de seus amigos. Sofre quem parti e sofre quem fica. O desgosto era eminente. As lágrimas não cessavam, a tristeza era notória. Eles se foram prometendo que muito em breve voltariam. 

A esperança de voltar, sempre é maior que a dor da partida.

Quantos outros ainda terão que partir? Quantas lágrimas ainda caíram, para que este êxodo se acabe ou pelo menos diminua? Preparamos a mão de obra e qualificamo-la (para construir a tão desejada Ibitupã) e entregamos de graça (o que é pior) para os grandes centros. 

Termino perguntando: Quantos outros Ians e Arthurs precisaremos perder, para quê a gente comece a se importar com isso?

Sinceramente torço, para que isso acontece com maior brevidade possível. Caso contrário, estaremos fadamos ao fracasso. E ao invés de mãe, Ibitupã se torne ainda mais uma madrasta cruenta e pouco interessada com seus filhos.





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